A história dos húngaros em Jaraguá do Sul teve início na última década do século XIX, quando emigraram aproximadamente 800 pessoas da província de Vészprém, Hungria, para o Brasil e se estabeleceram em Jaraguá, então Primeiro Distrito de Joinville. Os húngaros contribuíram para o desenvolvimento econômico, social e cultural do então distrito e também para a formação da cidade, trazendo sua língua, seus costumes e suas tradições. Inclusive, um dos cartões postais da região, a Igreja Santo Estevão, foi erguida em 1922 por famílias húngaras. Os imigrantes se dedicaram principalmente à agricultura, à indústria e ao comércio, e participaram ativamente da vida política e comunitária da cidade. Hoje, a imigração húngara em Jaraguá do Sul é motivo de orgulho e de celebração, e seus descendentes mantêm viva a memória e a identidade de seus antepassados.
De origem judaica, Lenard nasceu em Budapeste em 1910 e peregrinou pela Europa fugindo das guerras, até chegar ao Brasil em 1952. Em Dona Emma, interior de Santa Catarina, viveu as últimas duas décadas de sua vida em um intenso ritmo de produção literária, artística e musical. Seus principais livros e traduções foram preparados na cidade que figura como protagonista de “O vale do fim do mundo”, livro traduzido por Paulo Schiller e publicado postumamente pela editora Cosac Naify, em 2013. Latinista e estudioso da Antiguidade, Lenard traduziu do inglês para o latim a história infantil do “Ursinho Pooh”, de A. A. Milne, livro que se tornou best-seller do The New York Times na década de 1960.
Sábado, 21 de outubro
15h30min – Tarde húngara com a Associação Húngara de Jaraguá do Sul e Consulado Honorário da Hungria em Jaraguá do Sul
Degustação de strudel e goulash e mini aulas gratuitas do idioma húngaro.
17h – “Um húngaro, os húngaros: imigração e cultura”, com Fernando Boppré (Chapecó/SC) e Sidnei Marcelo Lopes (Jaraguá do Sul/SC), no Pequeno Teatro da Scar
Mediação de Zsuzsanna Spiry (Convidada especial)
Classificação: 10 anos.
História individual e coletiva em perspectiva: a chegada de Sandor Lenard (autor homenageado da Bienal) no Brasil e a imigração húngara na cidade de Jaraguá do Sul em um debate de ressonâncias múltiplas. Este encontro é um marco na discussão e difusão da cultura húngara em Santa Catarina.
Fernando Boppré é Bacharel, licenciado e Mestre em História Cultural (UFSC) e autor de “Sandor Lenard no fim do mundo” . Foi diretor do Museu Hassis, curador e Chefe de Serviço do Museu Victor Meirelles (IBRAM) e professor de Museologia da UNIBAVE. Sidnei Marcelo Lopes é mestre em Patrimônio Cultural e Sociedade (UNIVILLE) e autor de “Nós somos húngaros: História, cultura e tradição húngara em Jaraguá do Sul/SC”. É pesquisador da Cultura, Memória e Identidade dos Imigrantes e descendentes de húngaros em Santa Catarina. Zsuzsanna Spiry é Doutora em Estudos da Tradução (USP), tradutora literária do húngaro e especialista na obra de Paulo Rónai (lendário tradutor, revisor, crítico e professor húngaro naturalizado brasileiro).
Após o debate, sessão de autógrafos dos livros Fernando Boppré, Sidnei Marcelo Lopes e Zsuzsanna Spiry.
18h30min – Lançamento do livro “Clarinha e Samuca: um conto de fadas sem fadas” de Gyula Urbán (Hungria) com a presença da tradutora Zsuzsanna Spiry, no Espaço das histórias
Uma encantadora releitura de Romeu e Julieta para crianças pelas mãos de um dos grandes autores húngaros. Gyula Urbán é escritor, poeta, diretor teatral e de teatro de fantoches. Além de ser autor de oito livros infantis, publicou vários romances e coletâneas de poesia na Hungria. Pelo conjunto da obra, em 1998 foi premiado com a Ordem da Cruz da República Húngara, e em 2014 recebeu o Prêmio da Melhor Realização do Festival Internacional de Teatro de Fantoches na Indonésia. Diretor do Teatro Nacional de Fantoches da Hungria desde 1965 onde dirigiu centenas de peças como por exemplo a Odisséia, Kalevala, Ramaiana, etc. Além de livros também escreve peças teatrais que são apresentadas em vários teatros da Europa. Seus livros foram traduzidos para várias línguas, como por exemplo russo, alemão e inglês.
Segunda-feira, 23 de outubro
19h – Palestra “E os museus?” com András Szántó (Budapeste/Hungria), no Grande Teatro da Scar
Única palestra no Brasil.
Com tradução simultânea.
Classificação: 12 anos.
Qual o papel dos museus nos dias de hoje? E o futuro dos museus? Em um mundo em que a desigualdade se aprofunda, em meio a crises políticas e ambientais, como combinar novas abordagens de curadoria, engajamento de público, tecnologia, inclusão e aprendizagem para expandir o papel da arte e da cultura na sociedade?
Os museus precisam se reinventar constantemente para, alargando a escuta e incorporando as diferenças, reafirmar o papel transformador da arte. Mas qual o caminho?
András Szántó é Ph.D em Sociologia e atua como consultor de estratégia cultural para museus, fundações e instituições ao redor do mundo. Prolífico autor e editor, tem textos publicados no New York Times, na Artforum, no Art Newspaper e em muitos outros jornais, revistas e livros, de diversos países. Foi diretor do National Artes Journalism Program (Programa Nacional de Jornalismo Cultural), na Columbia University, e coordenador do Global Museum Leaders Colloquium (Colóquio Mundial de Diretores de Museu), no Metropolitan Museum of Art. Desde o início dos anos 1990, vem organizando conversas e mesas-redondas com líderes do mundo da arte, sendo com frequência o mediador da série de debates Art Basel Conversations. Nascido em Budapeste, na Hungria, Szántó vive hoje no Brooklyn, em Nova York. É autor do livro “O futuro do museu: 28 diálogos”.
Após a palestra, sessão de autógrafos de “O futuro do museu: 28 diálogos”.
Terça-feira, 24 de outubro
19h – “Pixel: humor, ironia e companhia” com Krisztina Tóth (Budapeste/Hungria), no Pequeno Teatro
Mediação de Zsuzsanna Spiry.
Com tradução simultânea.
Classificação: 12 anos
Krisztina Tóth já foi traduzida em vinte idiomas e publicou mais de trinta livros de poesia, prosa, teatro e infantis, e recebeu mais de vinte prêmios e bolsas. Seu livro “Os Olhos do Macaco” foi a obra de ficção mais vendida da Hungria em 2022. Vem pela primeira vez ao Brasil para lançar e falar sobre “Pixel”, livro inclassificável quanto ao gênero (romance-desmontável ou coletânea de histórias?) ou tema (a falência do humano ou da Europa?) em que traz trinta pílulas (algumas cômicas, outras trágicas) sobre o amor, as crises europeias (imigração, fanatismo, xenofobia) e uma Budapeste mítica e marginal. Krisztina Tóth nasceu em 1967 na Hungria e estudou escultura e literatura em Budapeste, onde reside e é tradutora de poesia francesa e professora de escrita criativa. Sua obra destaca as hipocrisias, manipulações e injustiças da sociedade contemporânea, ocasionalmente retratando a Europa Central moderna de maneira perturbadora e com toques de humor negro.
Após a conversa, lançamento e sessão de autógrafos de “Pixel”.
SESC ARTE DA PALAVRA Circuito Oralidades apresenta “Minha Casa é Chão Onde Meus Pés Pisam” narra a odisséia de Diego Cavaleiro Andante (ES) no CEJAS
O espetáculo narra a odisséia de Diego Cavaleiro Andante, intercalando poemas falados com poemas Ritmados (RAP) sobre a sua odisseia poética empreendida entre os anos de 2015 a 2017, quando escolheu viver caminhando pelo Brasil, distribuindo poemas autorais, percorrendo mais de 1.000 quilômetros a pé entre o litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
A performance poética transita entre a dureza do mundo que conhecemos como real e o mundo dos sonhos, tratando desafios cotidianos como racismo, genocídio da população Negra, a luta das comunidades periféricas e as múltiplas formas de desigualdades sociais, raciais e de gênero, ao mesmo tempo que se depara com questões instrísecas que constituem o “Eu Lírico do Autor” e a sua luta contra a depressão e o resgate da sua autoestima e autocuidado.
Diego é Poeta, Rapper, Escritor, Slammer, Fotógrafo, Produtor Cultural e Arte Educamor. É casado com Júllia e pai dos gêmeos Caetano e Valentim. Em 2015 se tornou Cavaleiro Andante e desde então passou a percorrer o Brasil oferecendo oficinas de escrita criativa, fotografia, graffiti stencil e artivismo em escolas, faculdades, instituições sociais, comunidades e centros de reclusão. Graduando da vida, já estudou Comércio Exterior, Gestão Empresarial, História, Serviço Social e Fotografia. Se especializou em Empreendedorismo Social pelo Programa Iniciativa Jovem da Faculdade Anhembi Morumbi em parceria com a Laureate Foundation e International Youth Foundation. Atualmente é mestrando das periferias e quebradas, com a linha de pesquisa “Rexistência: Porque resistir é existir”. Em 2017 lançou o seu primeiro CD intitulado #ISSOAQUINÃOÉRAP e publicou os seguintes livros artesanais e independentes: Ensaio Poético Sobre a Teoria das Coisas (2018); Palivrar (ebook, 2020) e o Homem Que Quase Fez (2021).
Domingo, 29 de outubro
18h às 20h – “Hungria viva! Homenagens, dança e música típica” com Grupo Folclórico Húngaro “Dunántúl, Associação Húngara de Jaraguá do Sul, Consulado Honorário da Hungria em Jaraguá do Sul e Consulado Geral da Hungria no Brasil, no Grande Teatro da Scar
Uma celebração da cultura húngara e uma homenagem às pessoas que ajudaram a difundir a história e cultura húngaras na região.